terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Rasgar-se seria uma opção.
Rasgar-se seria uma opção.
Resolvera rasgar-se então, caso fosse preciso, até que a imensa saudade se esvaísse.
Não queria mais senti-la. E quando chorar já não serve, doer-se não serve, encolher-se já não serve, serviria rasgar-se então.
Entregou-se ao mundo como se fosse esse, o mais desejado amante. Amou a intensidade de corpos e rostos na noite. Amou em meio á bebidas, estranhos, amigos, risos altos e falsos, travesseiros manchados.
Amou enquanto o corpo conseguiu. Já não via o dia, aguardava ansiosa pela noite e seus risos soltos.
Sorriu enquanto ouve sorriso. Bebeu enquanto ouve estômago. Chorou... mas já nem contava com isso!
E assim, entre braços e abraços, desfaleceu. Era o corpo, que não acompanhava a mente inquieta. E quando já não havia mais sorrisos, houve a casa vazia, os dias vistos pela janela, a mesma angústia no peito e aquela pontinha de saudade no cinzeiro...
Havia construído seu casulo e ali, aprendeu a esperar. O corpo forçava pela espera. A ansiedade deu lugar à conformação. Calma... calma... Caio na cabeça:
"Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará."
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