quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ao que se vai (3)

Caro amigo,


Eu só queria te contar, através desta, que eu menti.
Sempre menti e omiti algumas verdades pra que eu não parecesse fraca ou comum o suficiente pra que você fosse embora.
Mas agora que vais, posso te revelar tantos segredos escondidos na intenção de te fazer ficar por um pouco mais...

Eu sou uma mulher frágil. Tudo isso que você vê é uma grande casca muito bem construída ao longo do tempo. Mas saiba que cada dor, cada sofrimento é uma lasquinha que me é tirada e, com o passar do tempo, vou me sentindo cada vez mais desnudada.
Eu sou pequena. Menor do que aparento ser. Talvez eu tenha te enganado na minha mania de ficar na ponta do pé, ou de parecer altiva demais perto de você.
Eu sou romântica, brega e me apaixono atém mesmo por um "oi" bem dito. essa coisa do "deixa rolar" e "eu me seguro" é tudo mentira. Mas isso, eu acho que você percebeu.

Percebeu pelos meus olhos que se derretem...
Percebeu pelo abraço que eu nunca quero que se desfaça...
Percebeu pela minha mania de tentar compassar seu coração com o meu...

Essas foram todas as mentiras que te contei, ou que apenas omiti na intenção de não aparecer comum ou frágil demais pra você.
Agora que você vai embora, eu me pergunto se realmente não era melhor eu ter sido mais comum...
Se não era melhor eu dizer de verdade: "cuida de mim!" e não "eu cuido de você!"

Será que ainda dá tempo?
Porque se der, eu posso fazer tudo diferente...
É só você dizer que me espera...

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