sexta-feira, 27 de abril de 2012

Através de Oscar Wilde.

"A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais." - Ele gosta de mim, sei que gosta de mim. É claro que costumo lisonjeá-lo de uma maneira horrível. Tenho um estranho prazer em dizer-lhe certas coisas, mesmo sabendo que vou arrepender-me de as ter dito. Em regra, ele é encantador comigo, e ficamos no estúdio a falar de mil e uma coisas. Às vezes, porém, ele é terrivelmente irreflectido e parece ter um enorme prazer em me fazer sofrer. E então, sinto que entreguei toda a minha alma a alguém que a trata como se fosse uma flor para colocar na lapela, um ornamento para deleite da sua vaidade, um enfeite para um dia de Verão. As criaturas vulgares não nos impressionam a imaginação. Ficam limitadas ao seu século. Nenhum encanto as pode transfigurar: Conhecemo-lhes o espírito como os chapéus. Elas passeiam no parque de manhã e tomam chá, tagarelando à tarde. Têm sorrisos esteriotipados e boas maneiras. São transparentes. Mas uma atriz! Como é diferente uma atriz... Por que não me diz que só vale a pena amar uma atriz?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

De janelas e pensamentos na vidraça

Na confusão da manhã encontram-se vestígios de uma noite online, o prato vazio, a coberta empurrada no meio da noite, o cachorro companheiro que ainda dorme... De manhã fica tudo bem diferente do que foi na noite passada. É aquela melancolia matinal que me assola toda vez que eu acordo sozinha em casa. A solidão da cama vazia parece representar uma solidão de uma vida inteira! Exagerada? Tá pra nascer mais....

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Espaço para Caio.


Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em vc. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

sábado, 14 de abril de 2012

Sobre se envolver


... é, minha cara! Não adianta! Você vai continuar se apaixonando! Enquanto você tiver coração, cérebro e essa gana de viver, vai continuar se envolvendo. Faz parte da vida... os nãos, os sins.. Só não desaprende a se entregar, tá? Só me faça esse favor: não se tranque em um casulo! Vai doer? Vai! Vai dar errado, vai machucar e vai ferir muitas vezes. Maz faz parte.
Mas afinal, quem sou eu pra te contar sobre a vida? Me conte você sobre esse coração aberto!...

domingo, 8 de abril de 2012

"A cigana leu o meu destino..."



Se eu pudesse fazer um pedido, um pedido só, eu pediria pra prever o futuro.
Se eu pudesse prever o futuro só me envolveria com quem não fosse me machucar. Mais! Saberia se aquilo que senti era verdade ou fogo de palha. Saberia quando eu não teria respostas. Saberia quando eu ia reencontrar com alguém...

Se eu pudesse prever o futuro, claro que eu espertamente usaria pra saber sobre carreira afinal, essa coisa de ser atriz não é nada !Atriz é feita de estudos, técnica, habilidades e contatos!
Mas o motivo real de querer prever o futuro é pra cuidar do coração. Porque na minha cabeça idiota, quando algo não vai bem com meu coração idiota, parece que nada nessa vida vai bem também! E eu sei que isso é um erro! E eu não queria mais ser assim! Pra isso, usaria minha bola de cristal pra saber direitinho sobre os dias, sobre meus passos futuros, sobre as pessoas que aparecem na minha vida...

"As pessoas ganham importância na sua vida rápido demais!" - um amiga me disse. Sou obrigada a concordar. Sigo a linha do "todo mundo é meu amigo, até que me prove o contrário!" com minha habilidade de prever o futuro, só confiaria em quem se mostrasse de confiança, só acreditaria se eu soubesse como seria no futuro e meu coração, ah, o coração... esse se entregaria muito menos vezes!

É... mas eu sei que isso nunca vai acontecer. E eu sei que se acontecesse, a vida não teria graça. O que causa tamanha vontade é o medo. O desejo, o medo, o momento presente e a dúvida sobre o futuro, sobre os alguéns.

Resolve com oração? Resolve com sorvete?
Resolve com atenção. Mas tem que ser muuuuuita...

Abraço



Quando te envolvo nos meus braços, abraço um mundo...

Carta-coração.


...daí eu comecei a pensar em tanta coisa que eu achei melhor escrever tudo antes que eu ficasse chata demais enquanto escrevo picado, de poucas e poucas linhas, pois, o fato de não conseguir conversar do jeito que eu gosto me deixa com tanta dúvida e me faz pensar em tanta coisa que acabo por transformar um pequeno texto com umas coisinhas que eu queria dizer em uma carta tão grande que fica difícil perceber que se trata de uma carta.
Sim. uma carta. Porque só escrevendo eu poderia tentar contar coisas que só meu terapeuta precisaria ouvir mas, por eu saber que tantas outras pessoas compartilham dos mesmos sentimentos confusos, resolvi fazer como se fosse uma carta aberta.
O fato é que eu não entendo de nada dessa vida e meu desejo mais profundo é o de ter uma bola de cristal. Essa coisa de saber sobre o futuro me instiga e, por eu saber que isso não é possível, temo frustrações.
Medo. No fundo, o que rola é medo. Não quero mais que nada aqui dentro venha a doer de novo. Estou me poupando, focando no que realmente importa: escola, trabalho, carreira... Isso tudo é o que eu digo pra mim mesma pra que eu consiga me convencer de que é verdade. Não me convenço. Acredito porque me convém mas, lá no fundo, eu sei das coisas que me abalam.
Me abala não saber. Me abala duvidar. Me abala ouvir "não", "talvez", "quem sabe"... Sou mulher de "sins", feita para os "sins". O não me faz duvidar de mim mesma.
Terapêutico demais? Talvez humana demais. O fato é que só há uma cosia que me aflige e me apavora nessa vida: corações!
O sentimento alheio, meu sentimento próprio, os corações que cruzam nossas vidas, isso sim me dá medo!
E é por isso que eu escrevi tanto, pra dizer que seu coração me mete medo. Meu coração também me dá medo, me causa enjoo, me embrulha o estômago, mas ele é meu! Eu já o conheço bem! Sei dos seus defeitos e do tanto que ele gosta de ser de alguém! Agora, sobre o seu coração, eu não sei nada! Coração é terra de ninguém e o seu, pra mim, é meu maior desejo e mistério.
Peço toda noite baixinho "entrega, entrega, entrega por favor..."

sábado, 7 de abril de 2012

Eu não sei esperar e quando vi, já fui...


Calma, menina! Calma! Você parece ter um caminho direto entre o coração e a boca! Não precisa ser assim. Sei que as coisas podem mudar em uma noite. Sei que de repente aquilo que tava indo muito bem pode simplesmente parar de existir, mas você vive pensando que, se isso já aconteceu uma vez, acontecerá sempre!

Calma! Nem todo mundo é idiota. Nem todo mundo mente o tempo inteiro. Existem pessoas que realmente tem sentimentos, que realmente falam a verdade, que realmente sentem saudade e que quando dizem que gostam, é de verdade.

Esse calo nesse coração tem que sarar. Parece um coração cansado de 50 anos de idade! Não se esqueça: é a metade disso! E não fique aí insistindo em pensar “Droga! Vai dar tudo errado de novo!”. Sua ansiedade te faz muito mal, sabia?! Vá se tratar!
Nunca vi alguém pra gostar de se entregar e temer tanto isso ao mesmo tempo! Eu até entendo bem o que você quer, mas entenda: às vezes as pessoas têm outras formas de demonstrar carinho! Adapte-se!

Continue acreditando! Mesmo tomando uma traulitada recente, acredite! Deixa entrar, abra espaço! Você sabe que em breve vêm as respostas do jeito que você gosta. Deixa essa noite passar, deixa o fim de semana passar, se afasta do celular, da internet... Tudo se ajeita. E na verdade, você já sabe do que roubou pra si. O que é seu tá guardado, mesmo que seja dentro do peito de um outro alguém...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mesmo ali, tão ao longe...


Então só me conta como é que faz! Porque essa coisa do coração estar perto quando todo o resto está longe é tão novo pra mim que eu me sinto cheia de vazios...

Me explica como se aplica geografia ao que se sente para que a razão sobre a distância seja tão clara que a saudade perceba que não adianta querer doer! Existem coisas que simplesmente não são pra ser!
Mas...
Se for pra ser, continue me dando sinais alheios. Me deixando descobrir, no fim, que era tudo pra mim. Me aparecendo em sonhos, palavras, desejos de doce no meio do dia.
Apenas continue... e com a distância eu aprendo a me virar...

"Coração na boca, peito aberto, vou sangrando..."


Chega de me doar. Chega de me doer. Coração que só apanha uma hora tem que cansar. Coração? Melhor não tê-lo! mas se não temos, como sabê-lo?!

Meus disfarces de mulher auto suficiente se revelam quando meu coração resolve falar. E quando ele abre a boca, tento gritar ainda mais alto ara abafar sua voz. Bobagem!Sua voz baixa permanece no ouvido dizendo: "Não adianta!"

Quantas vezes me peguei sufocando o coração com a almofada do sofá!... Quantas vezes fugi como se ele me seguisse, me esquecendo que o carrego comigo!... Quantas vezes o tranquei no porão e ele arrebentou a porta!...

Mas uma hora ele aprende e, paradoxalmente, eu penso que haverá vida quando ele finalmente resolver parar de bater.

Sobre uma que conheci...


"Eu me contento com pouco. Sou mulher de migalhas. Nos tempos de hoje, com as mulheres de hoje, é quase uma ofensa à feminilidade esse tipo de comportamento. Mas no fundo, sou bem dessas mulheres "feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor e para ser só perdão."

Mantenho os braços como ninhos constantemente preparados para o descanso dele. Preparo o corpo e apele para o cheiro e o toque dele. Me transformo em outras, se preciso for.

Agrada-me uma mensagem na madrugada, um beijo de boa noite, saber-me necessária... Deixo para a novela os arroubos de paixão.Busco a realidade dos subtextos, das entrelinhas.

Amo sozinha. Sozinha permaneço. Mulher de migalhas: um beijo me tira o ar; tua mão na minha já representa o amor."