sexta-feira, 4 de maio de 2012
... porque no fim das contas, as coisas acontecem...
Ela já esperava.
O médico disse com todo cuidado, buscando palavras.
Era difícil demais dizer para aquela muralha à sua frente que alguns tijolos estavam ruindo.
Ela os percebia ruindo. Por isso buscava ajuda. Quando a base ficou fraca demais e a vontade de aconchegar-se em qualquer coisa ficou maior do que todas as outras vontades, percebeu que precisava de ajuda.
Não seria o estigma de "louca", "depressiva" ou "triste" que a fariam desistir. A loucura sempre foi uma companhia constante que não incomoda, só estimula.
Ruía-se. Percebia-se ruir. O médico disse, com todo cuidado sobre "mudanças de humor", "alteração de comportamento" e "fadiga". Falava dela com propriedade. Era isso. Era preciso encarar.
Sem choro, sem drama, apenas aceitou.
Sim, eu faço. Sim, eu vou. Sim, eu usarei.
(((Estou buscando a melhor de mim. Ela se escondeu em algum momento, mas ainda vive aqui. Eu só preciso reencontrá-la...)))
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