terça-feira, 31 de maio de 2011

Mas é preciso viver, e viver não é brincadeira não...

“Meu mundo caiu e me fez ficar assim...”

“Tem dia em que a gente se sente um pouco talvez menos gente...”

Sei que é preciso amar-se. E acredito que é preciso levantar, sacodir a poeira e dar a volta por cima. Mas também existem os dias-de-avestruz, aqueles em que nosso sonho é enfiar a cabeça num buraco. Se puder enfiar o corpo inteiro, ótimo! Há o dia-pós-vergonha-horrorosa que é tão horroroso quanto a própria vergonha e nosso desejo é morrer - mas só um pouquinho. Esse maldito relógio que a gente não pára... É preciso curtir a própria fossa. Dar tempo ao tempo. A vergonha que nos ruboriza vai passar. Claro que vai! Mas antes disso, deixa arder. Deixa o coração sangrar. Deixa o choro cair. Seja compulsiva e dramática. Tenha pena de si, ao menos uma vez. Vai passar, mas enquanto não passa, sofra. De alguma coisa vai servir...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

sobre cigarras e formigas.


Era uma vez uma cigarra e uma formiga. A formiga trabalhava sem parar enquanto a cigarra só sabia de cantar. Um dia a formiga disse pra cigarra:
- Dona Cigarra, você não trabalha não?
- Trabalho sim, sou uma artista!
- Pois eu se fosse você parava de ficar só cantando e dava um jeito de estocar comida pro inverno!
E a cigarra nem ligou.

Passou um tempo e a formiga se encontrava cansada, estressada e de saco cheio da tla cigarra cantora. Foi procurar um psicólogo que disse a ela:
- Dona Formiga, porque você não aproveita e canta um pouco com a Dona Cigarra. Vai te fazer bem relaxar um pouquinho! Siga o exemplo dela que se diverte e leva a vida mais leve.

Depois disso a Cigarra e a Formiga viraram grandes amigas.

***
Era uma vez uma cigarra e uma formiga. A formiga trabalhava sem parar enquanto a cigarra só sabia de cantar.
Durante a vida toda foi assim até que a velhice chegou pras duas. A formiga tinha trabalhado a vida inteira enquantoa cigarra seguiu com sua vida de artista.
A formiga virou uma velha amarga enquantoa cigarra aceitava melhor as imposições da vida.
NO enterro da formiga não foi ninguém...
***

Era uma vez uma cigarra e uma formiga. A formiga trabalhava sem parar enquanto a cigarra só sabia de cantar.
Um dia a empresa onde a formiga trabalhava resolveu patrocinar a carreira da Cigarra.
A cigarra ficou rica e famosa e a formiga levou uma vida comum aposentada com um salário mínimo.

***

Crianças, hoje nós aprendemos que essa história da cigarra e da formiga sempre foi uma balela! A arte vale tanto quanto a vida e é um trabalho digno como outro qualquer! Sendo competente no que se faz, qualquer profissão traz dinheiro e felicidade!

"A cigarra canta e tem asas. Ela é livre? Sim, os artistas são sempre mais livres..."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma história triste.


Nessa vida inevitável é um fim. Não o fim da vida, mas os fins que acontecem ao longo da nossa história. Já tive amizades que se finalizaram e assim como em um velório, repousei uma flor sobre o túmulo, curti meu luto e segui em frente. Ultimamente enterrei mais uma e elaborei todo meu ritual interno de despedidas. Foram vários contatos na esperança de um suspiro de vida até que você percebe que precisa deixar ir, precisa se desapegar. Depois de um último contato em vão entendi que era hora de mais uma vez seguir em frente sozinha afinal, quando perdemos pessoas queridas nos sentimos sozinhos mesmo numa multidão. Despedi-me no afasto. Calei-me e percebi que a morte só não havia acontecido pra mim. Aconteceu. E eu espero que siga em paz pois mesmo com um rompimento continuarei torcendo, continuarei acompanhando, mas dessa vez bem distante, como se fosse apenas uma saudade...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Choveu em mim


Vem comigo, mesmo quando houver chuva.
Mesmo sabendo que odeio o frizz que aparece no meu cabelo no tempo úmido.
Porque só você sabe fazer eu esquecer do vento frio e dos pés molhados.

E se não for pra vir, canta aquela música do Jorge Ben que diz "lá fora está chovendo mas assim mesmo eu vou correndo só pra ver o meu amor" pra que eu já me sinta acompanhada.

Que a chuva seja doce.
Que sua chegada não seja sinônimo de tristeza
Pois aprendi que sempre que alguém morre, chove.
E eu não quero mais perdas nessa vida...

Menininha do meu coração...


Diante do convívio, pequenos espaços de delicadeza se perdem na bagunça de uma casa. Nem parei pra descrever o quanto é gostoso receber um "abraço de enforcar" da Flor quando chega da escola.

E mais triste do que o 11 de setembro, mais triste do que o apartheid é o choro dela às 6:00 da manhã pra ir pra escola...

Semana passada nem eu dei conta. O falador tava tão aberto, mas tão aberto que ela teve que ficar falando com as almofadas porque a Tia Júlia já tinha apagado.

Ainda ontem antes de dormir, vi aquela pequenininha se esparramando no meu lado da cama, me apertando contra aparede e colocando as mãos em cima de mim. Porque quando ela dorme com a gente é feito um polvo tomando espaço. Agradeci aquele desconforto, e rezei pela minha pequena...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Perder-se

E porque toda perda tem que ser dita de forma negativa? Tipo "Droga, perdi!". Tudo nessa vida depende da forma que vemos as coisas. Há tantas coisas boas para serem perdidas. Há tantas bobagens que escondemos lá no fundo ao invés de perde-las de vez.
Não seria maravilhoso você perder aquele seu medo de roda gigante?
E se você perdesse seu receio com cachorros, talvez pudesse experimentar o maior amor do mundo.

E não falo só de sentimentos. Existem pessoas na vida da gente que deveriam entrar por um caminho e se perder nele! Assim não as veríamos nunca mais. Ou até mesmo lembranças que poderiam se perder nos labirintos da alma e nunca mais voltar.

Coisa que eu gosto é me perder de mim mesma. Só quando vem uma sensação realmente forte é que você se perde.

Aquele que não experimentou o amor ainda não se perdeu. Ainda não enlouqueceu aquele pouquinho suficiente para crescer.

E de que vale manter o controle sobre tudo nessa vida se o que há de mais gostoso descabela?

Permita-se.
Perca-se!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

À procura de um abrigo...


São tantos, tantos os cãezinhos abandonados na rua.
Por essa minha BH, onde você passa encontra algum deles te pedindo atenção. Na maioria das vezes eu me desculpo com eles, num olhar envergonhado da minha parte, por não poder levá-los comigo.
Me sinto a pior das pessoas. Aquela que sabe da necessidade de comida, de atenção e o que eles recebem de mim é apenas um olhar envergonhado...
Eu queria poder fazer muito mais que isso. Eu queria poder levá-los todos pra minha casa, dar banho, comida, um lugar seco e quente. Mas não, não é nada disso que eu faço. Não por vontade, por falta de opção...

O que me resta é sempre pedir a todos: "Por favor, adotem um cãozinho de rua!""Por favor, não abandonem seus amigos!""Por favor, não negue comida..."

Por que pra mim, o cachorro é o lado bom do ser humano.
Pra mim, cachorro é a personificação do amor, da gratidão, da doçura.
E o que eu mais faço é chorar ao ver fotos de animais em abrigos que buscam por alguém que os aceite. Dá pra ver naqueles olhinhos infantis um pedido de socorro, ao mesmo tempo uma satisfãção em estar ali, aguardando em um abrigo.
Muitos e muitos cães passam a vida inteira em abrigos porque nunca são adotados.

Acredito que todos devemos escolher uma causa pra abraçar. Eu abraço a todos esses cães de rua que ainda não encontraram uma família nem um abrigo. Aqueles a quem a vida deu uma rasteira...

Uma história de amor

Era uma vez uma menina.
Ela sonhava em encontrar um menino com quem pudesse dividir um coração.
Sempre apareciam muitos meninos, mas no fim, a menina sempre acabava sozinha no fim de semana.
Com o tempo a menina resolveu que não queria mais nenhum menino por perto.
Daí aconteceu aquela história da borboleta: "A felicidade é como uma borboleta, quanto mais você busca, mais ela se afasta. Quando você resolve deixar de caçá-la, ela vem e pousa levemente no seu ombro".
E foi assim que aconteceu. Uma borboleta pousou no ombro da menina.
E hoje ela mora com a borboleta do lado.
A borboleta trouxe enfim, um menino que entendesse o que é dividir um coração.
E desde então a menina nunca mais assistiu filmes sozinha...