terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Meninices da vida adulta...
Desde menina, decisões muito sérias da minha vida foram tomadas acompanhadas de um sorvete. Não chega a ser compulsão alimentar. Não são necessários litros diários de sorvete. Mas quando a coisa aperta, quando o bicho pega e é preciso parar pra pensar, um sorvete sempre foi meu melhor companheiro.
É a união do momento, com o sabor e o espaço no meio do dia pra se pensar na vida. É o sossego de sentar-se em qualquer lugar fresco e, entre uma pazinha e outra, engolir sapos, esfriar a cabeça, acalmar palavras ásperas.
Chateações do dia, pessoas que te aborreceram, imagens felizes do fim de semana, um novo amor, tudo isso passa pela minha cabeça enquanto tomo sorvete. É o momento do dia que encontrei pra dizer: "Peraí, vou ali e volto já". Mais saudável que um cigarro na escada. Mais gostoso que uma cachaça que queima (se bem que, em certos momentos, nada substitui uma cachaça queimando!).
Percebo que tomar sorvete trata-se de uma metáfora vivenciada por mim.
Escrever também é um grande aliado. Mas no momento, justo nessa tarde, justo depois desse telefonema, justo com esse coração que cisma de ser forte mesmo que em frangalhos, peraí que eu vou ali tomar um sorvetinho...
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