quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso..."


É difícil da gente se conhecer. Mais difícil ainda é conseguir entender quantas pessoas eu posso ser dentro de mim mesma! Sempre foi comum eu ser nervosa, decidida, resolvida, teimosa. Hoje já me disseram que sou doce, meiga, amável, carinhosa, gentil. Eu pensei “Heim? Será que eu estou virando mulherzinha?” Afinal mulherzinha eu nunca fui né! Eu defino como mulherzinha essas mulheres comuns que fazem coisas de mulheres comuns e não vivem muito fora do padrão. Sejam jornalistas, advogadas ou faxineiras, elas: fazem a unha, preocupam-se com o cabelo, querem ter uma coleção de sapatos, vão se casar na igreja, querem filhos (AAAAA!!), e pra qualquer uma que você perguntar, todas terão sempre na bolsa uma pinça e um batom (ou gloss, brilho e suas variações). Difícil perceber porque não em encaixo no quesito mulherzinha? É fácil: Minha unha é do jeito que Deus fez, e muito raramente ela recebe uma corzinha. Na maioria das vezes ela está carcomida nos cantos. Meu cabelo é lindo, mas isso é uma sorte! Afinal, ele é cacheado e muitas no meu lugar o teriam esticado aos montes. Ele é lindo porque ele é livre! Ultimamente ele tem recebido umas doses de vermelho, mas confesso que isso já está me cansando. Sapatos? Não obrigada. Eu os tenho porque preciso, pois o que eu queria mesmo era só andar de chinelos, com meu dedão torto respirando. É difícil pra quem tem um dedão torto usar all star! Pô, aquela parte da frente é bem dura!(ADORO all star, mas ficar descalça é tão melhor). Eu vou me casar sim, isso foi uma mudança na minha vida. Antes só de pensar eu coçava. Mas é que eu comecei a ver que posso me casar do meu jeito Júlia de ser. Gente, eu vou me casar na Praça do Papa! Tem coisa melhor? Quem você conhece que já se casou na Praça do Papa? Na praia é comum, num clube, num sítio, mas na PRAÇA PÚBLICA?( Sei que minha sogra vai morrer quando souber disso, mas isso é tão Júlia! E o Xuxu apóia!).Filhos? Não, obrigada. Não digo que não quero nos dias de hoje, digo que não quero pra todo sempre amém. Gente, eu fui pobre a vida toda, sempre vivi pra pagar contas, daí quando finalmente eu consigo ter uma vida legal e uma graninha legal eu vou dar a um filho tudo o que EU não pude ter? Beeeeem capaz! Se for pra alguém ir pra Disney, serei EU! Férias de fim de ano? Só eu, meu Xuxu e o mar! Acordar de madrugada pra alimentar alguém que não seja eu? Não mesmo! Olha, eu moro com a Flor desde quando ela nasceu, hoje ela tem três anos e a vivência me fez ter uma certeza: ser tia é muuuuito melhor! E na minha bolsa eu carrego flyer de espetáculo, anticoncepcional, carteira, escova de dente, chaves, agenda e fim de papo. Além de tudo, gente, eu tenho uma moto! E moto lá é coisa de mulherzinha? Claro que não! Vivas! Então isso quer dizer que uma mulher pode ser feliz longe dos padrões de beleza e de vida exigidos. Quem não me conhece nesse momento deve pensar que eu sou uma fubanga gorda, mal penteada e vestida, com o pé cascorento. Pois eu digo NÃÃÃÃÃO meu bem! Eu sou linda. Olha minhas fotos uai! Meu cabelo é lindo, eu não sou gorda, meus pés são limpos e eu sou cheirosa! O fato de eu não ser mulherzinha não significa que eu não me amo, só significa que eu me amo o suficiente pra querer continuar única.
E como diz uma sábia amiga: Em terra de mulheres de chapinha, quem tem cabelo cacheado é rainha!

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