segunda-feira, 14 de março de 2011

...mas há de melhorar...

Ontem eu fui fazer as compra do mês e como em todo mês saí munida de lista de compras, caneta e calculadora. Minha mãe fazia outras coisas enquanto eu comprava materiais de limpeza. Pela milésima vez me peguei com lista de compras na mão, calculadora e mil pensamentos. Tem hora em que a vida às vezes pesa bastante. Tem horas em que continuar lutando e continuar sendo pobre não é tão fácil assim.

Fiquei pensando que eu trabalho o dia inteiro, minha mãe trabalhou a vida toda e até hoje fazemos compras com dinheiro contado. Não que se eu fosse rica eu esbanjaria, mas eu queria poder fazer compra sem me preocupar com o valor a ser pago, afinal alimentação é trivial. Mas não é assim. O dinheiro vai todo separadinho: carne, compras e verduras. E a pesquisa sobre os preços é uma constante. Às vezes a gente faz a compra toda em um supermercado e vai em outro só pra comprar certos produtos que são mais em conta. 0,22 centavos de diferença de preço de um produto, somado aos 0,12 cenavos de outro e mais outro no fim dá uma diferença de 20,00 reais no valor final que será muito útil na compra de frutas que estão cada vez mais caras.

Dá uma tristeza... um sentimento de desistência, de perda, como se todo meu esforço diário fosse em vão. Aos 22 anos eu ainda não posso dar tudo o que minha mãe quer. E ainda tem a profissão que escolhi que, por mais deliciosa que seja, não há como negar que não é financeiramente viável.

Diante de tristezas assim, lembro do meu pai que gostava da música que diz "Deus dá o frio conforme o cobertor". Que assim seja, meu pai...

Um comentário:

  1. Adorei Júlia o comentário apesar de me entristecer a cada vez que me deparo com essa realidade dura!
    Danúbia Consentino

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