sábado, 24 de julho de 2010
Ela
Ela corre pela sala batendo uma mão na parede outra no sofá. Deposi senta no chão e grita. Logo pega o nenenzinho que chora desesperado querendo o bico. Aí pede um dvd, uma história, uma música. Num descuido abre a porta e sai correndo pro terreiro. Descalça, com a boca suja e o pé preto, pede bombom, batatinha, café com pão e assim vai ganhando tudo o que quer. Pergunta por todos, chama por tudo. Fala sozinha sobre um tal sapo que mora na lagoa. Enquanto isso na tv, a mesma música toca pela décima segunda vez. Quer ler um livro, mas passa duas páginas por vez porque um livro é muito grande. Corre na estante. Nas mãos, O Grande Sertão Veredas que ganha ilustrações de uma precoce artista plástica. Dali ela começa uma birrinha que dura até o fim do dia, quando o sono derruba e o choro cansa. Falta da mãe, da escola, dos amigos, da vovozinha. Uma falta consciente de que em breve todos estão em volta e ela pode novamente fazer graça. Conta histórias de cobras que se mechem e elefantes que tomam banho com sabonete. Minha menina, minha filha, minha sobrinha adorada. Por favor, não cresce mais!
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