quinta-feira, 7 de julho de 2011

O que não cabe no peito sai nos olhos...


Andei sentindo saudades, mas ainda não entendi bem o que chega a ser sentir assim.
Uma mistura de “solidões”? Um buraco mal tapado?

Nem foi a saudade de amigos que me levou a escrever. Sobre esses já escrevi antes e vou escrever depois. A saudade matadeira que vira e meche invade o peito é saudade de pai...

Um dia contei uma história pra Flor dormir que era assim: “Era uma vez um menino que nasceu muito pobre e cego. Ele só passou a enxergar aos cinco anos e deve ser por isso que ele nunca mais quis se sentir preso e perdido novamente. Esse menino cresceu trabalhando, viveu trabalhando, teve filhos trabalhando. Nunca foi a escola, morou na rua e passou fome, mas nunca matou nem roubou ninguém, apenas se consentia com o peso da vida lhe pesando nos ombros. O tempo passou, esse menino virou um homem muito bom que tentava dar a todas as crianças de seu caminho aquilo que ele não teve: Atenção, sorriso um pouco a mais do que comer. De tão bom esse homem foi coroado Rei e seu reinado foi curto porque nessa vida existe gente que só vem ao mundo pra fazer alguém chorar. O moço foi enterrado ao som de tambores tristes e choros doloridos de adeus...”

Claro que eu chorei. E ela me olhava com aqueles olhinhos infantis de não entender porque a história desse moço fazia o olho da Tia Júlia soltar água...
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(((não quero nunca sentir saudade de mãe)))
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"Naquela mesa ele sentava sempre e me dizia sempre o que é viver melhor..."

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